13 de jul. de 2012

Dia dos namorados




Dia dos namorados...

Lindo presente!

O passado insinte,

bate na porta...

Mas diante do amor que existe,

não há quem estrague o presente!

Não é um presente comprado,

é o presente de todos os dias

e não de um dia comercializado.

É o presente que promete futuro,

o presente que supera o passado,

o presente que faz todos os dias

ser o dia dos namorados!

12 de jul. de 2012

O encontro



Não sei se a música que tomara meu corpo naquela ocasião,

Vinha do samba, ou do som da sua voz que soava como um convite à aproximação.

Não sei se foi à bebida forte,

O ponteiro da bússola apontando ao norte,

Ou apenas o destino me dando um golpe de sorte...

As bocas unidas sem sequer saber o nome,

O encontro do mais feroz apetite com a voracidade da fome,

O Universo conspirando pra fazer de ti, o meu homem.

Foi a junção de todos os elementos

Em um único lugar, em um só momento...

O vento varrendo os planos passados,

Todo o nosso futuro sendo modificado...

Um reconhecimento tamanho,

Que tudo que me era novo, não me era estranho,

Como um espelho que refletisse a alma,

Eu pude ver o reflexo do fogo, em corredeiras calmas...

Conjugando


Se subjuntivamente

Eu amasse

Em meu pretérito perfeito

Talvez eu pudesse ter a medida do quanto

Eu amo

Em meu presente indicativo.

Porém, se mesmo no particípio

Eu tivesse amado,

Talvez amar para mim

Hoje não fosse apenas um verbo

A ser conjugado.

11 de jul. de 2012

Vazio...



Quando o muito parece pouco

e todo o empenho não basta.

Quando o sólido se torna oco,

trazendo ao peito arruaça.

Quando as certezas vão embora

e o doce sonho parece derreter em meio a tempestade...

é exatamente nessa hora

que se prova toda a verdade.

Hoje foi um dia daqueles!



Hoje foi um dia daqueles!

Daqueles que fazem você perder o sentido,

Daqueles que abalam o seu equilíbrio,

Daqueles em que os maus fluídos lhe esfregam a impotência na cara...

Hoje foi um dia daqueles!

Hoje a esperança foi rara,

Hoje a indiferença foi clara

E quase não houve alegria...

Hoje foi um dia daqueles!

Daqueles que só se entende na poesia...

Em que só resta esperar que o amanhã

Renove a esperança do dia.

8 de jul. de 2012

Nó...


Não me lembro quando,

alguma coisa entre nós dois se perdeu...

A mágoa aos poucos foi se instalando nas lacunas deixadas por nós mesmo,

E eu, nunca me senti boa o sulficiente...

Sempre fui pouco, diante do muito que esperavas de mim.

Havia respeito, havia amor,

mas também muito ressentimento e medo.

Imposições, críticas, ofensas desarmoniosas...

assim se fez o nosso lar...

Tantas revoltas, raiva, decepções...

não dá nem pra calcular...

Talvez por isso,

da minha vida, supunhas,

enquanto de fato, nada sabias...

Ainda não chorei a sua ausência,

E mesmo assim,

sinto queimar o meu peito

enquanto o nó em minha garganta,

continua feito,

o mesmo nó de quando desmanchou a minha quimera,

o mesmo nó que embaraçou o laço de herói.

O nó que travou nossas conversas sinceras,

um nó que aperta, sufoca e dói...

6 de jul. de 2012

Emergida


Hoje nada mais me importa...

Já tomei tantos rumos,

Tracei tantas rotas.

Desatraquei barcos furados,

Me lancei ao mar,

Os chamei de namorados.

Sem bússola insisti,

Naufraguei,

Submergi,

Morri sem ar...

Deixei a rainha das águas me levar...

Subitamente voltei à vida,

Já estava em seus braços

Despercebida,

Sua boca na minha

E eu,

Toda envolvida

Com o peito em latejo...

Era o encontro das almas

Ao sabor do primeiro beijo.

Pensamentos

Pensamentos...

subtamente aparecem,

como bolhas de sabão

em um sopro crescem

e voam...

voam...

Às vezes tão alto

que estouram espalhando particulas

que causam ardor aos olhos.

Pensamentos...

subtamente crescem...

Ah! Se pudéssemos evitá-los,

por mera tolice pará-los,

controlá-los...

Mas em sua leveza sutíl,

voam...

voam...

E quase que imperceptívelmente,

cá estamos nós,

pensando novamente...

Soneto à prostituta

Enquanto o povo apontava e escarnecia,

A chamavam de puta, vaca, vadia...

Porque ganhava sua vida na cama,

Ela não se importava com a fama.


Era forte e vestia-se com ousadia,

Não se achava diferente e nem vazia.

Apenas uma mulher cheia de chama;

Do tipo que sofre, que luta, que ama...


Normal, mas doutorada em sedução.

Mais do que uma típica mulher fatal,

O equilíbrio entre a razão e a emoção.


Para os homens, não só uma profissional,

Era uma mulher que trazia a alusão

De ser a cura para todo o mal.

Lembrei-me das palavras do poeta:

"Quando o bicho pegar, você vai estar só..."

Fui fechando minhas portas

Como se um nó me prendesse a solidão...

Isolada da esperança e da alegria

Sentia que a minha poesia

Se tornara pequena demais para compartilhar...

Estive perdida nas sombras mais profundas do meu eu...

Solta nas corredeiras infindas do meu abismo interior

Buscando um galho à beira do caos para me agarrar e sobreviver...

E afoguei-me...

Afoguei-me num mar, que sem nenhum por quê concreto,

Brotava dos meus olhos a encharcar-me a alma.